terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Nos últimos dias da sua indigna vida, barricado num bunker em Berlim, Adolf Hitler recusava-se a encarar a realidade. A sua demência levava-o a acreditar que a Guerra não estava perdida e que a Alemanha Nazi ainda sairia vitoriosa.
Nesses últimos dias, Hitler assinou alguns dos seus mais cruéis e desumanos despachos: em caso de derrota, tudo na Alemanha deveria ser incinerado; quem se quisesse render deveria ser fuzilado por traição à pátria; os campos de concentração deveriam ser abandonados com os prisioneiros lá dentro.
Foi um fim carregado de ódio e insanidade, típico de quem dedicou uma vida ao mal.
Ontem à noite, numa espécie de bunker em Espinho, também um pequeno déspota de algibeira procurou reavivar um ódio antigo, proferindo aquele que é, na minha opinião, o seu discurso mais demente de sempre. Em poucos minutos, conseguiu revelar tremendas contradições no discurso, exaltou-se em demasia e demonstrou um enorme desespero. Mas, mais importante, foi o cheiro que o discurso deixou no ar. Tresandou a medo. Muito medo.
Se nos abstrairmos momentaneamente do nojo que tal criatura nos provoca, julgo que é unânime dizer que, ao longo dos anos, as suas declarações que visavam o Benfica foram quase sempre incómodas, certeiras e muito bem pensadas. Eu, pelo menos, ficava sempre bastante irritado depois de o ouvir falar com aquele ar zombeteiro.
Mas ontem isso não aconteceu. Não fiquei rigorosamente nada irritado. Antes pelo contrário, até esbocei um sorriso.
Já falta pouco, benfiquistas...
4 comentários:
Chego a ter mais receio de usar o piáçá do que das ameaças
Excelente texto e excelente comparação.
De facto o discurso mais do que gasto de ontem não aquece nem arrefece, mas chateia-me continuar a haver jornalistas a darem importância (e tempo de antena desmesurado) que não tem, nem a figurinha nem as suas palavras.
Excelente Eter!
Pareceu-me desespero com medo. Será?
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