Ser Benfiquista

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Hoje em dia interrogo-me, bastantes vezes, sobre o Benfiquismo. Aquele sentimento que muitas pessoas apregoam a sete ventos mas que há mínima coisinha que não lhes agrade (seja um guarda-redes menos bom ou uma contratação menos conseguida), mesmo depois de provas dadas, criticam e põem em causa o trabalho daqueles cuja vida é o Benfica. Não quero com isto dizer que o Benfica, e as pessoas que a ele estão ligadas, sejam inatacáveis. Pelo contrário, sempre fui adepta do espírito crítico. A liberdade de expressão existe e é um direito de cada um de nós, deve é ser usada da melhor forma, sob pena de sermos desacreditados ou da nossa opinião perder valor.

Mas dizia eu que me interrogo, bastantes vezes, sobre o Benfiquismo. O que é ser Benfiquista, o que é que o Benfica representa para nós e o que somos capaz de fazer por este clube?

Num destes fins-de-semana desloquei-me à aldeia dos meus avós que, devo dizer, deve ser aldeia mais Benfiquista de Portugal. Alugam frequentemente expressos para poderem vir aos jogos no Estádio da Luz e, quando não podem deslocar-se a Lisboa, é impressionante ver como a aldeia fica às moscas quando o Benfica joga. Cada um em sua casa ou todos juntos, treinadores de bancada ou não, devora-se o jogo minuto a minuto e naqueles 90 minutos não se pensa em mais nada. Quando alguma velhota menos informada pede algum favor que vá recair na hora do jogo há sempre alguém que recorda: hoje é dia de Benfica. E o assunto fica arrumado, sem mais questões.

Enquanto passeava no outro dia encontrei um primo, de três anos, que me perguntou se eu sabia quem é que precisava de palmas. Olhei para o pai com um ar interrogativo e o pai fitou-me com o mesmo olhar. Respondi-lhe que não. É o Oberto. Ora toma lá e aprende, pensei eu. Até este miúdo de 3 anos, que respira Benfica, sabe que devemos apoiar o Roberto.

O Roberto e toda a equipa. Porque ser Benfiquista é apoiar, aplaudir, gritar até não ter voz, ou levar um mini megafone para o estádio – como faz um senhor que se senta perto de mim. É acreditar que os que estão dentro de campo e fora dele querem ganhar tanto ou mais que nós e sabem o que representa aquela camisola. É sorrir e chorar com eles. É acreditar até ao último minuto e não sair mais cedo quando estamos a perder. É virar as costas quando se vai marcar um penálti porque caso contrário temos receio que não entre. É deixar de ir, contrafeito, ao dérbi com o Sporting porque se acredita que quando vamos damos azar ao clube. É ir ao jogo, no inverno, mesmo sabendo que vamos congelar no topo do Estádio da Luz. É saber vibrar com os golos, sofrer com as derrotas, é saber criticar no momento certo porque quando tudo corre mal é fácil atacar e reprovar o que os outros fazem.

Eu sou Benfiquista, e vocês?

3 comentários:

Luis Rosario disse...

Felizmente, ainda somos alguns como tu.

Essa do jogo com o Sportem é que tem de acabar... leva-se o homem à bola este ano, ganhamos o jogo e mostra-se o benfiquismo na Luz também nesse dia.

Carlos Alberto disse...

Essa aldeia é o retrato do Ser Benfiquista, a blogosfera é que nos dá às vezes uma dimensão errada da realidade

dezazucr disse...

Temos de ter cuidado com a onda pessimista que estão a tentar criar nos benfiquistas e com relativo sucesso.

Basta comparar as assistências deste ano com as do início da época passada.

Este ano não estamos mais fracos. Falta apenas todos contribuirem para o mesmo rumo e não nos deixarmos levar pela onda de pessimismo que andam a tentar passar na blogosfera e nos jornais.

Estamos a deixar-nos contaminar, de tal forma que já não temos tanta gente a apoiar a equipa nos estádios.

Convém não esquecer que para além de Jesus que teve um papel enorme no título do ano passado, muito contrinuiu a sintonia com os adeptos que apoiaram em força em todos os estádios!

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