Porquê contratações a 5 anos?

domingo, 1 de agosto de 2010

A tendência actual, não só do nosso clube, parece a aposta nos contratos de longa duração para a equipa de futebol aquando do início da relação entre as 2 partes.

O jogador chega, o seu perfil humano e comportamental não é dominado pelo clube, o seu desempenho desportivo é estimado mas incerto, e o clube apresenta-lhe um vínculo de 5 anos, arriscando-se a suportar, em caso de insucesso desportivo, o atleta nos seus quadros durante meia década.

Os benefícios actuais do contrato de longa duração não são existem para o clube:

  • Se o jogador é mau, o clube tem de o suportar durante muito tempo.
  • Se o jogador é bom, o clube não obtém benefício das questões salariais definidas no contrato, pois acaba, por pressão dos empresários, jogadores e do mercado, a rever as condições contratuais, aumentando o ordenado, duração de contrato e a cláusula de rescisão dos jogadores talento.
Adicionalmente, o presidente do nosso clube sujeita-se a mandatos de apenas 3 anos, os treinadores do nosso clube não se mantém no clube por 3 anos desde Sven-Göran Eriksson: 1989/90-1991/92, pelo que não se entende como se fragiliza a posição do clube face aos jogadores, permitindo-lhes de imediato longevidade contratual quando não provaram nada.

Como sabemos, novos treinadores trazem novas ideias e pedem novos jogadores, passando alguns jogadores de utilizados a dispensáveis (como foi Makukula, como será César Peixoto…).

No universo empresarial a entidade patronal tem sempre mais poder do que os seus funcionários. A empresa fica e os funcionários vão entrando e saindo.

Nos clubes, esta relação está neste momento desequilibrada em favor dos jogadores, o que não faz sentido, porque talentos há muitos e Sport Lisboa e Benfica só há um.

Não se vê efectivamente muito sentido nisto. Será que os clubes se habituaram a isto? Têm medo das saídas a custo zero? É fácil o clube defender-se desta vulnerabilidade...

Como se reequilibra a relação entre as partes?  
  • Contratos de 3 anos com mais 1 ou 2 de opção, accionáveis por parte do clube.
  • Contratos com remuneração variável por objectivos
  • Contrato com indemnização ao clube, se o jogador não for integrado no plantel, desde que o clube encontre uma solução de empréstimo que não é aceite pelo jogador.

6 comentários:

JNF disse...

Muito interessantes este post, faz-nos também lembrar que contratações a custo zero, como o caso de Zoro, podem sair muito caras. De qualquer das maneiras, o método proposto acaba por ser semelhante ao que era efectuado nos anos 60 e 70, em que os prémios de jogo de um mês superavam o salário base. É interessante, mas hoje, com todos estes empresários e com estes modelos contratuais estabelecidos, é impossível implementar isto. Quanto à duração de contratos, é uma questão difícil. Por um lado era perfeito que tivéssemos assinado um contrato por 3 anos com Balboa, em vez de 5, por outro lado, se o contrato de Di Maria fosse por 3 anos, sairia a custo zero no final desta época se não tivesse renovado. E todos sabemos que hoje em dia são os jogadores e não os clubes quem manda.

JediVermelho disse...

subscrevo a 100%

Manuel Oliveira disse...

Luís, post muito bom e pertinente. Nem com os últimos exemplos aprenderam.
Talvez fale nisso também um dia destes.

Abraço.
Blog do Manuel

Luis Rosario disse...

Se a questão dos X+y de opção for possível implementar, defende o clube.

Não se compreende como é que o 1º contrato com o clube tem de ser desta longevidade...

Os atletas e os empresarios têm de perder algum do poder que têm.

Ccabau disse...

Pois! Esta situação nunca acabará enquanto as comissões chorudas destes negócios continuarem a engordar as contas bancárias dos seus protagonistas!
Convençamo-nos que hoje ninguém está no Clube por amor ao mesmo - veja-se o caso de LFV que continua, teimosamente, a ser sócio do clube corrupto do norte - mas sim para se encher e promover o mais que puder!

Luis Rosario disse...

Lfv já não é sócio do fcp

Ao contrário de outros q lá passaram, mantenho a percepção q esta direcção está lá para servir o clube e não para servir-se dele.

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