terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Uma das vezes que fui a Madrid coincidiu com a primeira época do Ronaldo no Real, acabadinho de chegar do Mundial onde tinha ajudado, e muito, a levar o Brasil ao título. Por acaso o Real jogava em casa e dirigi-me ao Santiago Bernabéu para ver se havia bilhetes. Esgotado. Circulei por ali com ar de turista e não demorou muito até ser abordado pelos candongueiros espanhóis. Os preços andavam entre os 50 e os 150 euros. Estamos a falar de um simples jogo do campeonato e preços de há oito anos (julgo que na altura um cativo na central na Luz andava à volta de 120 euros). Era caro. Caríssimo. Um roubo. Aceitei ser roubado sem recurso a arma de fogo e paguei. Para bem perto da relva.
Havia Roberto Carlos. Havia Hierro. Havia Guti. Havia Figo. Havia Zidane. Havia Raúl. E depois havia algo de outro planeta lá na frente (isto já com várias lesões em cima e quase duas épocas parado). Foi o bilhete mais caro e ao mesmo tempo mais barato que eu já comprei para ver um jogo de futebol. Nunca me hei-de arrepender. O craque que já tinha visto inúmeras vezes pela televisão, estava agora ali à minha frente (tão perto que numa das vezes que foi assistido junto à linha deu para ver nitidamente a horrível e enorme cicatriz no joelho).
O melhor avançado que eu já vi jogar. Muito provavelmente, nunca mais vai aparecer nada assim no futebol.
Obrigado pelos golos e jogadas fantásticas, Fenómeno!
6 comentários:
Eu por acaso não concordo com o cognome Fenómeno que lhe puseram.
O que fazia dele um dos melhores avançados de sempre era, isso sim, a extrema simplicidade que ele colocava em todos os lances: Era pegar na bola correr e rematar colocado. Com a precisão de um cirurgião.
é melhos o C. Alberto rever alguns videos do fenomeno. Sobretudo dos dribles que fazia
Foi um jogador fantástico.
Cresci a ver o Fenómeno partir defesas. Depois os defesas italianos partiram-no a ele, foi a única maneira de o conseguirem parar mas roubaram-lhe anos de carreira. Desde então abomino o futebol italiano.
Não sei se algum de vós se recorda de um jogo que o Ronaldo fez no antigo estádio da luz na sua primeira época de sénior. Tinha apenas 17 anos e jogava no Cruzeiro. Sozinho lá na frente foi de longe o melhor jogador em campo, naquele seu estilo rompedor, muito veloz e igualmente muito técnico. Passados uns dias falou-se na possibilidade de o Benfica o contratar e recordo-me como fiquei entusiasmado. Acabou por ir para o PSV e perdeu-se a possibilidade de contratarmos um jogador do nível de Eusébio.
Não me recordo desse jogo, porque provavelmente não o fui ver ao estádio. Mas sim, sabia que o Ronaldo, na altura um ilustre desconhecido, já tinha pisado a Luz.
Só o vi ao vivo em Madrid, como disse no post.
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