A novela Reyes

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Confesso que já estou saturado deste tema que, infelizmente, continua a ser alimentado pelos próprios benfiquistas. Quem também já deve estar saturado é o Rui Costa, que tem que ouvir a mesma ladainha de cada vez que lhe põem um microfone à frente.

Vamos então fazer um exercício de suposição, sempre partindo do princípio que o Reyes é barato e que tem um salário normal.

Hipótese 1: Reyes é titular na esquerda do losango. Di Maria no banco e Fábio Coentrão fora do plantel ou reduzido a aparições esporádicas na Taça da Liga.
Conclusão: mais um ano sem jogar do Di Maria, que está numa fase em que tem mesmo que o fazer com regularidade, sob pena de se perder definitivamente. O Benfica não é o Real Madrid, temos que valorizar estes jogadores para os vendermos posteriormente. Já o Fábio Coentrão mostrou que é uma alternativa válida para o lado esquerdo e merece ficar no plantel, de caras.

Hipótese 2: Reyes titular no ataque, ao lado de Saviola.
Conclusão: Cardozo senta outra vez as nalgas no banco e passado um tempo os adeptos queixam-se de que não há golos. Julgo que já chegou o exemplo do ano passado, não?

Hipótese 3: Reyes titular no ataque, ao lado de Cardozo.
Conclusão: se não houvesse Saviola, seria, na minha opinião, a hipótese mais válida. Mas, mesmo assim, o Reyes não tem o killer instinct do Conejo. Havendo Saviola, seria loucura deixá-lo no banco.

Hipótese 4: Reyes no banco.
Conclusão: quem não gostaria de ter o Reyes no banco de suplentes? Infelizmente o Khaldoon Al Mubarak foi fazer caridade para Manchester e o Berardo fala muito mas quando é para se chegar à frente com dinheiro...


Utilizar a contratação de Javi García para lançar mais achas para a fogueira da novela "Reyes" é completamente irresponsável e revela desconhecimento em relação a como se constrói um plantel. Face ao que o Benfica mostrou nos últimos jogos, a necessidade de contratar um trinco não se compara à necessidade de ter Reyes na equipa.
Quanto ao que pagámos pelo García, a conversa é outra, só o tempo dirá se foi bom ou mau negócio. Mas, se por acaso chegar à conclusão que foi mau, ninguém me vai ouvir dizer: "Mais valia ter ido buscar o Reyes!"