Uma amostra do plantel da Gestifute.
Representa actualmente 4 jogadores do Sportem, 4 do Braga, 2 do foculporto (tinha ainda adicionalmente Nuno e tem Bruno Alves) e 7 do Benfica.
Representa actualmente 14 dos 23 jogadores convocados por Queirósz para o Mundial.
Influencia os negócios de 3 dos maiores do Mundo (RM, Barcelona e ManUtd)
Coloca Manuchos e Bebés no Man Utd, Alipios no Real Madrid e Benfica, Paulo Ferreira no Chelsea.
Aproveitar e lidar com o poder e influência dos empresários em prol dos resultados desportivos e financeiros do clube é poventura o maior dos desafios futuros que temos para enfrentar.
Quanto maior o clube, mais exposto está à tentativa de obtenção de melhores condições e acordos dos jogadores e dos empresários que os representam (Como Benfica, se estivessemos interessados em Lima, do Belenenses, não pagariamos certamente apenas o que o Braga pagou - 200 mil euros).
Como somos dos maiores do mundo, e demonstramos capacidade financeira, estamos mais susceptíveis a que nos peçam mais valor pelos activos - pedem os clubes, os empresarios e os jogadores - donde se afigura fundamental estarmos preparados para lidar com os interlocutores de mercado da melhor forma possível.
Á luz do que se vê, o modelo do Benfica é híbrido. Tem alguns negócios feitos com a Gestifute, Kia e outros, tem algumas iniciativas de contratação directa do clube fruto do trabalho de olheiros (Halliche, David Luiz, etc), tem alguns negócios feitos entre presidentes que envolvem cedências, empréstimos e contrapartidas futuras de cada uma das partes.
Qual será o modelo mais adequado? Deve o clube suportar a sua actividade num modelo único de abordagem ao mercado?
Encontrarmos um/dois empresários de referência e delegar neles a responsabilidade das contratações definidas pela estrutura, remunerando-os pela performance desportiva e financeira futura?
Negociar apenas jogadores cujo passe esteja na totalidade na posse de clubes?
Encontrar 2/3 clubes com que se faça uma parceria / estabeleça uma relação privilegiada de contacto e negociação (como vemos actualmente com o Real e o Atlético de Madrid)?
Na minha pespectiva não se justifica a lógica de parceria em que o Benfica é subserviente aos interesses de outros (Madrid), pelo que não defendo esta opção. Na minha perspectiva precisamos de um modelo combinado entre a aquisição directa e a ligação com empresários como Jorge Mendes para termos sucesso.
Tivemos inequivocamente problemas na preparação desta época sobretudo porque a peça fundamental falta do nosso lado. O elemento, profissional, 100% dedicado a esta questão, que conheça o mercado dos 2 lados (oferta e procura de jogadores) e que garanta que os interesses do Benfica serão assegurados atempadamente, sendo remunerado em função do desempenho financeiro e desportivo do clube.
Garantindo um elemento que não corre o risco de ter eventuais incompatibilidades pessoais com agentes desportivos, interesses profissionais extra-futebol, outras temáticas de preocupação que não a pasta do mercado, teremos um Benfica mais forte, capaz de lidar com as Gestifute e com os Kia do universo futebolístico de igual para igual, capaz de preparar uma época desportiva de forma adequada e atempada, o que não aconteceu em 2010/2011.