Em 2009/2010 o Sport Lisboa e Benfica agraciou os seus adeptos com 124 golos marcados e 37 sofridos durante a temporada, em 51 jogos.
Face a 63/64, o Benfica fez este ano mais 10 jogos oficiais, num calendário comprimido pelo Mundial 2010.
Chegar à média de 4,2 golos por jogo nos dias de hoje é quase utópico (ainda por cima lamentavelmente a equipa saiu cedo da Taça dos Campeões, o que tornou os jogos mais espaçados temporalmente). As equipas estão obviamente melhor preparadas, muito mais cautelosas defensivamente e são inexistentes as vezes onde o Benfica encontra adversários que queiram fazer do jogo um “banquete de futebol” para os adeptos.
Mesmo assim atingimos 2,4 esta época, com muitos jogos jogados a meio da semana pelo que poderíamos pressupor talvez que a média se aproximasse dos 3 por jogo.
Tal como em 63/64, o futebol de ataque é hoje a referência do nosso clube. Hoje pela mão de Jorge Jesus, no passado porque essa era a matriz do nosso clube. Como sócio, espero que este referencial crie de novo raízes e sobreviva a uma eventual saída de Jesus (a não ser que JJ seja substituído por Mourinho, ai podemos apenas “ganhar”).
Tal como em 63/64, o Benfica foi novamente temido (sobretudo na Luz), onde as equipas sabiam que iam enfrentar o tal “rolo compressor”.
Tal como em 63/64, a equipa do Benfica tinha Liderança na defesa, Experiência no meio e um Talento enorme no ataque.
Voltámos a ter um goleador como não tínhamos há quase 20 anos, quase alinhado com os valores do próprio Eusébio nesta mítica época (Cardozo fez menos 2 golos e jogou mais 2,5 jogos).
Voltámos a ter “massacres futebolísticos”. Tivemos oportunidade de ver esmagados o Setúbal na Luz (8-1), o Nacional e outros. Vimos o clube golear fora (o Leixões, o Belenenses e outros). Vimos a Europa novamente rendida ao futebol do nosso clube.
“'Out of many, one.’ David Moyes will repent at leisure the poignancy of Benfica’s club motto. He had warned his Everton players to beware the wiles of Benfica’s Latin American contingent, the magic of Pablo Aimar, the cunning of Javier Saviola and the elegance of Ramires.
It was the least heralded of the lot, though, who shone brightest. Angel Di Maria, the Argentine left winger, tore Everton to shreds as Benfica, gifted to a man, blew apart the myth of Premier League primacy. Di Maria is hardly a household name, he boasts just three international caps. Yet here, he cast all else at the Stadium of Light into shadow.
Admittedly, he was faced with a makeshift Everton, but his every touch was electrifying, his pace uncontrollable and his intensity endless. It was a performance of which the world should take note.
“He looked like a throwback to me,” said the Everton manager, “a true winger, one who would have given a proper full-back an extremely difficult night.
“He did some really good things. But I have nothing but praise for the lads who played tonight. They gave all they could but came up against one or two serious players.”
One in particular. Vitoria, Benfica’s ceremonial eagle, had scarcely had time to land on her perch by the time Di Maria was terrorising the visitors. Inside 15 minutes, his perfectly-judged cross had picked out Saviola, lurking unmarked at the far post, to volley Benfica ahead.
Twice more in the first half his delivery scythed apart Moyes’s side, and the Scot was relieved to make it to the break with his team’s dignity intact.
Their luck was not to hold. Within two minutes of the restart, Aimar had robbed the dawdling Fellaini on the edge of the box, fed Saviola and the Argentine slid the ball across to Oscar Cardozo - the Paraguayan in Benfica’s South American menagerie - to tap home.
Barely 30 seconds later, Cardozo had a second, heading in after Di Maria teased a cross onto the striker’s forehead. After Luisao nodded Aimar’s corner over Gosling, stationed on the right-hand post, to make it three goals in five minutes and four in total, Benfica at least had the decency to turn off the turbo.
Europe’s most fearsome attack were not finished, though. Di Maria cracked one shot off the bar and Cardozo fired straight at Tim Howard before Saviola grabbed the fifth.
The architect, of course, was the irrepressible Di Maria. Everton’s only consolation - their likely qualification apart - is that barely half of their fans were there to see the confirmation of their heaviest ever European defeat. Most had moved on to Lisbon’s bars in the shadow of Christ the Redeemer, to plead for mercy. “
Telegraph, após 5-0 na Luz
O quinteto ofensivo integrou este ano Di Maria, Saviola, Aimar, Cardozo e Ramires. Tirando obviamente Eusébio do exercício comparativo, o quinteto de 2010 é melhor que o de 63/64.
Voltamos a ter uma equipa poderosa, com alguns dos talentos mais procurados do mercado.
O Porto foi esmagado na Taça em 63/64, este ano voltou a sê-lo na Taça da Liga.
As semelhanças entre épocas são significativas. O futebol que fez furor em Portugal e na Europa esteve de regresso. O futebol que atraiu milhões de adeptos para o clube esteve de volta.
Quem tem menos de 30 anos, foi certamente a primeira vez que pôde testemunhar ao vivo uma verdadeira época com futebol à Benfica, e passa a ter uma referência próxima de exaltação do clube, que não tinha, recordada “apenas e só” pelo espectacular futebol jogado pelo Sport Lisboa e Benfica.
Guardem bem esta época na memória. Guardem os videos, guardem as recordações de vitória, guardem as jogadas do Di Maria, os golos do Cardozo, o David Luiz, o Javi e o Saviola e os restantes do plantel e guardem a irritação do Jesus quando sofremos o golo do Setúbal quando estavamos a ganhar 8-0. Guardem tudo, porque esta foi uma época à Benfica.
Esperamos que na próxima temporada tenhamos no mínimo o desempenho obtido na temporada seguinte à comparada, 1964/65, onde voltámos a conquistar o Campeonato e fomos às finais da Taça de Portugal e da Taça dos Campeões Europeus. Os adeptos estão prontos para uma nova época à Benfica.