Prolongamento

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Ontem meti na cabeça que iria ver pela primeira vez o Prolongamento da Tvi24. Só cometi tal barbaridade porque cheguei há pouco tempo de férias, com as baterias devidamente carregadas, e sinto-me com força para aguentar qualquer coisa, inclusive para dispensar alguns minutos da minha vida a ver e ouvir os três palermas (quatro, se contarmos com o jornalista) do programa.

E foi assim que, num espírito de missão, cliquei no comando e dei início às hostilidades.
Estava mais que preparado para o pseudo-humor pateta e senil do azulado cadáver ambulante. Estava mais que preparado para o chorrilho de alarvidades sobre o Benfica por parte daquele esverdeado sapo grotesco. Estava mais que preparado para o "dá-me, que eu gosto" do efeminado autarca que ali se senta com o propósito de defender as nossas cores. Estava mais que preparado para aquela espécie de guinchos irritantes, que nos humanos correspondem a riso, do jornalista.
Como seria de esperar, nenhum deles me desapontou.

Só não estava preparado para uma coisa: o ataque cerrado que o sapo esverdeado moveu sobre o foculporto. Fez alusões constantes ao Apito Dourado; afirmou que teria vergonha se um presidente do zbordin recebesse um árbitro em casa na véspera de um jogo ou se oferecesse fruta a outros; apontou, e bem, que a ridícula entrevista do carroceiro Antero ao Expresso foi muito bem estudada e é uma entrevista de "sucessor"; recordou ao cadáver que no último programa se tinha desfeito em elogios à arbitragem mas que como a coisa tinha corrido mal agora já estava a atacá-la; disparou que o foculporto não sabe perder nem empatar; falou sobre a colocação estratégica de treinadores amigos e jogadores emprestados nas outras equipas; disse que o Hulk devia ter sido expulso ainda na primeira parte, que o Paços foi muito melhor e que só não ganhou porque a equipa de arbitragem decidiu inventar um fora-de-jogo nos últimos minutos do jogo, quando um jogador do Paços corria sozinho para a baliza.

O cadáver, coitado, lá ia estrebuchando como podia. Mas o que me fez realmente confusão, foi ver a passividade com que aquele que se diz benfiquista assistia a tudo aquilo. Sinceramente, meteu dó.

Uma coisa é certa, se houvesse mais sapos esverdeados como aquele, as coisas seriam bem diferentes no futebol português.
Por outro lado, se houvesse mais benfiquistas como aquele, o nosso futuro seria o presente do zbordin: a submissão.

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