sexta-feira, 12 de março de 2010
Quero começar por deixar bem claro que este Marselha é de longe a equipa mais poderosa com quem o Benfica já jogou esta época. É um Marselha que só não seguiu em frente na Champions por tremendo azar na fase de grupos nos jogos contra o Milan.
E depois há o facto de o Benfica ainda não ter tido um adversário que realmente impusesse o mínimo de respeito aos nossos jogadores. Naval, Leixões, Everton, foculporto, zbordin, Hertha, etc... Com mais ou menos golos, foram todos aviados e levaram um banho de bola. É com esta decrepitude de equipas que o Benfica tem jogado semana após a semana desde o início da época, e digo isto sem qualquer espécie de ironia ou piada. A verdade é que o facto de o Benfica não estar na Champions a jogar contra equipas a sério, algo que felizmente vai acabar, prejudica o estofo mental dos jogadores.
Tendo este cenário em conta, é óbvio que o Marselha iria ser um teste duríssimo para o Benfica, e isso confirmou-se. Os franceses criaram tantas oportunidades claras de golo como os últimos seis ou sete adversários juntos do Benfica nos últimos jogos, e numa delas a bola entrou mesmo. O facto de ter sido ao cair do pano é mais doloroso e pode até parecer injusto, mas não foi. Foi merecido. E para mim o resultado mais justo seria 3-3, tal a qualidade do jogo. Que não haja dúvidas, foi uma grande partida de futebol!
Júlio César: seguro, boas intervenções, uma defesa impossível e um golo sem hipótese nos últimos minutos.
Maxi Pereira: Deschamps decidiu colocar-lhe em cima um troglodita e é óbvio que o pequeno Maxi se assustou e não se aventurou muito no ataque. Curiosamente, um minuto depois de Brandão ter ido ocupar o lugar do substituído Niang entre os centrais, Maxi subiu e fez o golo.
Luisão: a ele se deve o facto de o perigosíssimo Niang ter tido apenas uma oportunidade de marcar.
David Luiz: sem homem para marcar, alternou entre o auxílio a Luisão, no centro, e a Peixoto, na esquerda. Perdeu algumas bolas nas suas habituais arrancadas e falhou alguns passes, e lá acabou por compreender que não estava a jogar contra o zbordin.
César Peixoto: com maior ou menor dificuldade, lá ia conseguindo travar as investidas do horrível Abriel e do excelente Bonnart. O tal Abriel foi de tal maneira secado que Deschamps até o substituiu pelo mais ofensivo Valbuena. Adivinhava-se mais perigo por aquele lado... E o que fez Jesus? Tirou-o do relvado e colocou Fábio Coentrão um minuto após o golo de Maxi. Sinceramente, não percebi.
Javi García: o Benfica inicia muitos dos seus ataques colocando a bola nos pés do espanhol, mas desta vez ele teve sempre, alternadamente, Lucho ou Cheyrou em cima. Excelente análise por parte de Deschamps. No capítulo defensivo foi insuficiente para travar Lucho, que fez um grande jogo na Luz.
Ramires: enorme jogo de Ramires, um dos poucos que manteve a habitual qualidade de passe do Benfica. Teve muito trabalho face a Brandão e a Taiwo, que mais parecem tanques de assalto quando comparados ao franzino brasileiro, mas mesmo assim ganhou-lhes inúmeros lances. E se aquele estoiro à barra tem entrado...
Di María: foi uma das principais vítimas do desacerto dos passes dos colegas, que poucas vezes conseguiram lançar a bola para a velocidade do argentino. Procurou e bem servir Cardozo e Saviola, Acabou o jogo completamente estoirado e talvez por isso tenha grandes culpas na cavalgada de Bonnart que deu origem ao golo do empate.
Aimar: apanhado na teia gaulesa, Aimar acabou por ser mais prejudicial do que benéfico para o Benfica. A quantidade de passes que falhou, e alguns deles originaram contra-ataques bem perigosos, deve ser um recorde negativo na sua longa carreira. E ainda por cima falhou um golo que até o... Sei lá, que até o Edinho marcava!
Saviola: com Aimar em noite não, Saviola percebeu que teria que descer mais do que costuma para ter a bola no pé, como tanto gosta. Infelizmente também ele esteve desinspirado no capítulo do passe e não teve grandes hipóteses de causar perigo. Foi substituído à beira do fim, exausto.
Cardozo: já se sabe que o paraguaio tem que ser municiado para poder facturar. Obviamente que com a quantidade de passes que a equipa falhou, a bola não lhe chegou muitas vezes lá à frente. Numa dessas raras vezes, um centro fabuloso de Di María, Cardozo fez o mais difícil, falhou.
Carlos Martins: não é coincidência que a sua entrada coincidiu com o melhor período do Benfica, que começou a empurrar os franceses para a sua área. Veio dar a acutilância de que a equipa precisava.
Fábio Coentrão: o grande erro de Jesus. Não por ter entrado, mas por ter saído quem saiu. E havia tantas opções, caramba! Sair Saviola, passar Di María para uma posição mais central e o Fábio para a esquerda do ataque... Sair simplesmente o Di María, que já estava todo rebentado... Nunca o Peixoto.
Éder Luís: aqui Jesus poderia ter emendado a mão, e ele próprio reconheceu isso na flash interview. Não deveria ter sido o Éder a entrar, mas sim o Ruben Amorim ou mesmo o Miguel Vítor. Só faltavam dois minutos e não estávamos a jogar contra o Paços do Ulisses... Era só o que faltava o Benfica ter vergonha de defender um resultado de 1-0! Sou um fã incondicional do espírito e da ambição de Jesus, mas julgo que nos últimos minutos houve alguma sobranceria, que se pagou bem caro.
1 comentários:
Boas! Concordo com quase tudo, tirando Saviola, que acho que esteve um pouco melhor do que o que o pintam aqui, e eventualmente Éder Luis que não acrescentou quase nada...
Quanto a Fábio, eventualmente poderá ter a ver com o resultado, mas concordo com a óptica da culpa ao treinador, neste caso.
Agora, concordando com o final, sobre defender 1-0, bem, a culpa é nossa... Em casa, a marcar como temos marcado, Jesus teve que querer jogar! Se ele estivesse noutro clube qualquer ele teria defendido... Aqui, por culpa nossa, adeptos, procurou o segundo. Temos que desculpar a 100%... É culpa nossa, e não dele!
Abraço
Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera
htttp://Bimbosfera.blogspot.com
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