Benfica 3-1 Elmano Santos

domingo, 31 de janeiro de 2010

Antevia-se um jogo complicado, dada a capacidade deste adversário em causar problemas ao Benfica, e assim foi. Sempre bastante seguro da estratégia que levava para este jogo, que passava por enervar jogadores e público, cortar ataques ao Benfica e adiar ao máximo o golo, Elmano conseguiu, a espaços, atordoar o Benfica. Porém, na segunda parte, e empurrado pelos seus adeptos, o Benfica destruiu por completo tão pérfida estratégia.

Quim: sempre seguro quando teve que intervir. Já li por aí umas teorias de uns iluminados que atribuem culpas ao Quim no lance do golo vitó. Eu até nem sou um grande apreciador do Quim, mas só quem nunca esteve numa baliza poderá dizer uma coisa dessas. Se observarem o lance, o Quim primeiro movimenta-se para a sua direita, depois corrige para a esquerda e numa fracção de segundo apercebe-se que a bola vai para o meio e ainda levanta a mão, mas já era tarde de mais. Fez tudo o que um guarda-redes deve fazer quando apanha alguém isolado à frente, mexer-se para tentar confundir o adversário e tentar adivinhar o lance. Se optasse pela postura sitting duck e por acaso defendesse, seria pura sorte.

Maxi: esteve bem a apoiar o ataque mas tem culpas no golo vitó. Já vi o lance na televisão, e quando os vitós roubam a bola e lançam o contra-ataque, o Maxi vem quase a passo junta à linha. Se tivesse corrido um bocadinho mais, tinha impedido que o Assis surgisse sozinho na cara de Quim.

Fábio Coentrão: teve muitos problemas enquanto Targino, um dos jogadores mais rápidos do campeonato, esteve em campo. Quando o vitó saiu lesionado, aventurou-se mais no ataque.

Luisão: fez dois ou três cortes de grande nível (um quase dava auto-golo) e mostrou porque é o líder dentro do campo. Quando Cardozo e Martins trocavam ideias de uma forma mais acesa, Luisão separou-os e mandou acabar com aquilo.

David Luiz: no eixo esteve bastante bem, mas quando teve que dobrar Coentrão teve alguns problemas face ao supersónico Targino. Fez alguns passes disparatados no meio-campo e numa grande jogada individual iniciada na linha de fundo contrária deveria ter concluído com uma assistência e não com um remate.

Javi García: pior exibição do espanhol com a camisola do Benfica. Sem a consistência defensiva do costume, muito trapalhão no passe e ainda cometeu a infantilidade de dar um pontapé num adversário dentro da área. Se Elmano tivesse visto...

Carlos Martins: muito mexido e brigão no meio-campo, foi sempre um importante apoio para o estranhamente apagado Javi. Dois golões, um belo passe de trivela para Cardozo e uma mão na bola sem nexo nenhum. Não merecia ter saído daquela forma.

Di Maria: vinha em crescendo exibicional mas hoje voltou a derrapar. Deslumbra-se demasiado junto à área adversária. Nulo a defender.

Aimar: apesar dos dois golos de Martins, para mim foi este o homem do jogo. Um golo, uma assistência, dezenas de pormenores deliciosos, controlo total sobre a manobra ofensiva da equipa e imensa disponibilidade para pressionar alto. A finta de remate com que sentou Nilson pode parecer fácil, mas não é para todos. Saiu esgotado.

Saviola: não marcou, não deu a marcar, mas pôs a cabeça em água aos adversários. A forma como ele e Aimar se entendem dá ideia que, se o quisessem, conseguiam ir de uma área à outra em tabelinhas.

Cardozo: noite azarada do Tacuara, que de tanto querer oferecer um golo ao seu compatriota Cabañas conseguiu precisamente o contrário, mesmo tendo um lance em que correu metros sozinho para o golo mas permitiu a defesa de Nilson. Devia melhorar a forma como faz a rotação para a baliza, é sempre muito lento e denunciado a fazê-lo. Valeu a soberba assistência de calcanhar para o tiro de Martins.

Ruben Amorim: entrou para o lugar de Aimar com o Benfica em inferioridade numérica. Veio trazer a força que começava a faltar ao meio-campo.

Éder Luís: com a sua velocidade, impediu que os defesas vitós se lançassem todos no ataque nos minutos finais. Parece que os reforços do Benfica vêm com a sina das bolas no ferro. Depois de Kardec em Vila do Conde, hoje foi a vez de Éder Luís, se bem que graças a uma soberba defesa de Nilson.

Kardec: entrou para sentir o Estádio da Luz e ganhar o prémio de jogo.

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